quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Que belo presente me saíste!?


Que novidade trará o presente este ano?! Que virá dentro? Será mesmo presente? Que linha ténue esta, a de podermos dar presentes, ausentes. Este ano pode ser diferente. E se desse um presente só em quem me faço Presente? Presente por dentro digo. Presente por Ser por dentro, no outro. A quem dava? Será que chegava a dar a mim mesmo?

Se visse o presente como um prolongamento meu, o que dava? Dinheiro num envelope? Um pijama? Uma garrafa de Uísque? Mau! Então, que vou dar afinal!?

Este ano podia ser diferente. E se me desse a mim mesmo? QUE!?
Sim. Dar-me eu mesmo sem reservas. Como quem dá um presente e o passa para as mãos de quem o recebe. Este fica proprietário, nós ficamos expropriados de nós mesmos ("por utilidade pública"). É estranho o jogo este, mas é daqui que poderá brutar Natal.

Temos medo de nos dar com receio de perdermos o que pensamos ter. O todo que pensamos ser, que às vezes mais parece não chegar para nós quanto mais para pôr a render nos outros. Somos mais sedes que fontes. Contudo, desculpar-me é atrasar a felicidade em mim e nos outros.

Então, se eu for presente:

Que novidade trará o presente este ano?! que virá dentro? será mesmo presente? Que linha...

Que se possa pois dizer de nós , sem ironia: "que belo presente me saíste" !