segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rebento


É-se livre mas porventura não se é liberto. Podemos optar. Mas, porventura podemos controlar? Não controlamos o que há de maior. Veja-se por exemplo o Amor. Amor, de onde vens? Não é muito mais uma brisa que vai ou vem, sem avisar? Avisar, nem sempre. Assim como vem, vai. Vai, não fossemos nós uma esponja. Quanto mais se aperta mais escorre a água ensopada. Desensopado é o desamor. Querer agarrar o que se esvai quando se sente apertado. Apartado fica quem corre atrás, do que corre a seu ritmo, independentemente do querer. Querer que maturado ainda assim é uma opção. Não falo só do sentimento. Sentimento, moção que nos emociona e move. Co-move-nos mas não chega. Chega a ser pouco só o sentimento que nos arrebate. Arrebate por ser adolescente. Adolescentes somos nós se não optarmos uma vez que seja. Seja arriscar seja tentar, numa tentação que faça boa moça. Numa espera sem esperar. Começar por baixo. Ao nível da base. Indo pouco a pouco. A seu tempo tudo se renova.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Novidade (nova idade)


Novidade. Nova idade. Recomeçar um novo ciclo. Gosto desta imagem, de olhar a vida como uma espiral de ciclos. Assim, partindo para um ciclo cheio de novidade, leva-se no bolso a experiência de ciclos passados. Ainda que custe recomeçar. Às vezes a passagem é dolorosa. Até que assentem as marcas da fase última que se findou e rebentem as novas premissas da ciclo que acaba de começar. Há mais mundo para além do ainda assim pequeno mundo onde nos movíamos. Onde já nos sentíamos confortáveis. A novidade mora em toda a parte. As novas oportunidades, aparecem muitas vezes de onde não esperávamos. Daquela pessoa, daquele acontecimento. A nova idade de tudo o que por nós passa e solicita um pouco da nossa disponibilidade. Saborear o que há de renovador a todo o momento. Por exemplo, nas amizades. A novidade espreita aqui e ali. Talvez não tenha já a mesma imagem a que estávamos habituados. Transfigura-se em novas formas. Transforma-se na novidade mais tenra. E quem sabe, com pernas para andar

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Que lógica


Quem disse que a vida é lógica? Não obstante de poder ter lógica. Sentido que não se conhece no imediato, mas que no decorrer no tempo, alguma explicação terá. Lutar por aquilo que queremos. Pelo que sonhamos. Sai-nos do esforço. Esforço que muitas vezes pode ser acompanhado de ausência de sabor, por acharmos que o que queríamos e da forma como queríamos é que deveria acontecer. Pois é. Às vezes não acontece. Pelo contrário. Até desacontece.

Fico espantado com algumas pessoas que conheço. Pela forma como seguiram em frente, após (durante) uma contratempo.E fazem-no com alegria. Com coração aberto. São de novo felizes. Passam os dias e fica-me a sensação (mais do que sensação) de que de facto, no final de contas, o que nos fica dentro, é o que de grande houve. O que de grande se deu ou recebeu. E de facto o que é importante é a pessoa. É a pessoa que tem valor. Não são as coisas. Não são os preconceitos, os medos de arriscar por algo que nos palpite dentro e nos fazem empurrar o que for, com a barriga para a frente. Daqui ficará o vazio do desperdicio. Da oportunidade de experimentar o além, daquilo a que não fui capaz de me comprometer tal qual se me apresentava, no aquém. Por ser do alto. Por ser o que se procura em toda a parte. O amor.

Porque no fim, tudo passa. Tudo é ultrapassável. O amor, acompanhar-nos-á. O resto vai deixando de ter sentido. Ou pelo menos o suficiente para nos fazer parar. Para nos deter a um compromisso maior. Para além daquilo que pensamos ser o nosso limite, está o caminho que nos felicitará.