terça-feira, 18 de setembro de 2012

Correr bem / Correr mal


Correr bem ou correr mal. O que acontece, é bom ou é mau? Curiosamente, acho que esta adjectivação somos nós que a fazemos. Tudo depende se vai de encontro com a nossa vontade/necessidade ou não. É a bitola que usamos. Todavia, o que para uns é mau, para outros é experiência de edificação, de liberdade, de céu. Ao invés, o que para uns é bom, para outros é uma experiência de desintegração, divisão, de inferno. A questão expõe-se portanto subjectivamente, porque objectivamente nada é bom ou mau. Tudo depende como nos colocamos perante o que acontece.


Deus “não está” nas coisas. Quanto muito está ”por dentro das coisas”. Não faz por isso sentido dizer: “como é que Deus deixou que isto acontecesse?”. Assim estamos a coloca-lO fora do acontecimento e Ele não está fora, não está no acontecimento em si, mas sim por dentro dele. Não é vontade de Deus que aconteça isto ou aquilo, como se de um titeriteiro se tratasse. Não opta entre que hoje chova e amanhã faça sol. Deus intervém, mas não interfere. É um mistério. Mistério, não por ser incompreensível mas por ser de infinito conhecimento não atingível no seu todo por nós. Não se esgota. É uma bela razão para não acreditar, pois desejaríamos muito mais que Deus fosse feito à nossa medida do que termos que ser nós a fazermo-nos à medida d´Ele. Preferíamos quase que vender a nossa liberdade para que Ele tudo fizesse por nós. E faz! Mas faz pelos máximos, e não pelos mínimos.

Por opção, nada pode contra a nossa liberdade. É a expressão máxima do Amor. Se quisermos, podemos negá-lO inclusivamente. E quanto a isto o todo poderoso em Amor, por opção, nada pode fazer. Assim, a vontade de Deus para cada um não está no que lhe acontece ou deixa de acontecer, mas sim no modo como agimos a partir da nossa liberdade. E aí, a vontade de Deus é que sejamos outro Cristo. Sejamos a Sua imagem e semelhança, e isso nos libertará.

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